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Entrevista à Mirante em frente ao DCE-UEMA em 2003. |
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Com André Santos na Marcha dos 100 mil em 1999 em Brasília. |
Tive a honra de assumir como coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes do Cesi-Uema na gestão Autonomia Estudantil composta inicialmente sob a coordenação geral do estudante de Letras José Conceição Sousa, hoje chefe do Cartório Eleitoral de Imperatriz, e eu na condição de vice coordenador. Ainda na fase inicial da gestão(2002 -2003) por motivos de ordem pessoal Sousa renunciou ao cargo cabendo a mim seguir na coordenação geral de uma gestão histórica formada ainda pelo camarada Davison Nascimento, hoje professor da Uema e Assessor Especial de Articulaçã Política do governo do Estado, como Secretário Geral;Raimundo Santos, hoje professor doutor da Uema e Unissulma; Claudia Maracaipe, hoje funcionária pública federal; Verônica Viana, atualmente na Superintendência do Incra de Imperatriz; Adalberto Torres, administrador e funcionário público municipal e George Amilca.
A gestão Autonomia Estudantil foi marcada pela resistência à conjuntura política oligárquica do Maranhão de Roseana Sarney com fortes reflexos e reprodução do modus operandi na administração da Universidade Estadual com a Reitoria de Waldir Maranhão, e na parte reacionária do movimento estudantil comandada pelo eterno estudante de veterinária Marconi Edson.
GESTÕES DE LUTA
Nossa gestão apenas dava sequência à herança de luta deixada por lideranças como Josias Moraes, Nice Rejane, Claudio Marconcini, André Santos e outras referências que marcaram a história de nosso Diretório Central.
AUTONOMIA ESTUDANTIL
Em novembro de 2003 nossa gestão participou em São Luís do Conselho dos DCE`s, órgão criado pelo CEUEMA(Congresso dos Estudantes da Uema) realizado em Imperatriz o ano 2000 e que deliberou pela descentralização do movimento estudantil com a autonomia para se criar Diretórios Centrais nos Centros do interior do Estado. Nesse conselho Imperatriz foi vanguarda de uma batalha épica contra os militantes estudantis ligados à reitoria que questionavam a validade do CEUEMA, e propunham o retorno à centralização do DCE de São Luís, mantendo os Centros do restante do Estado apenas como vice coordenadorias e totalmente dependente das decisões da Ilha. A prova de que ganhamos esse debate em articulação com o DCE de Caxias e os CAs progressistas de São Luís, é que a autonomia continua até hoje.
A PERDA DE JOSIAS
Na fatídica noite de 22 de novembro de 2003, em meio aos embates do Conselho, Davison Nascimento, recebe uma ligação trágica, nosso camarada Josias Moraes, ex-coordenador Geral do então DCE Honestino Guimarães, sofre um grave acidente ocorrido na Avenida Pedro Neiva de Santana, em frente à AABB, e perde a vida. Davison além de amigo e companheiro de militância era cunhado de Moraes.
QUEM FOI JOSIAS.
Em rápidas palavras poderia dizer que Josias foi a maior referência do movimento estudantil de luta do Maranhão. Um paraense adotado por Imperatriz Josias que cursou Letras no Cesi-Uema e coordenou o Centro Acadêmico do curso tornando-se uma referência da Executiva Nacional dos Estudantes de Letras a ponto de conseguir trazer para Imperatriz o ENEL – Encontro Nacional dos Estudantes de Letras de 1996. Foi nessa ocasião que Imperatriz recebeu pela última vez o compositor e maranhense do século XX João do Vale para a noite Cultural ocorrida no pátio do Cesi-Uema. Poucos meses depois João do Vale viria a falecer em Pedreiras. Eleito coordenador geral do DCE, Josias liderou delegação de Imperatriz ao Conune de 1997 em Belo Horizonte no auge das lutas nacional contra a privatização do ensino público de Fernando Henrique Cardoso.
Em 1999 tive a honra de participamos com ele em Brasília da “Marcha dos Cem Mil contra FHC e o FMI”, quando mais de cem mil pessoas, mobilizadas pelos movimentos sociais de todo o país, se juntaram aos partidos de esquerda liderados por Luís Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, para dizer basta ao massacre causado pela política neoliberal do PSDB aos trabalhadores do Brasil.
MUDANÇA DO NOME
Com a perda de Josias Moraes, decidimos homenageá-lo com a mudança do nome do Diretório Central que se chamava Honestino Guimarães. Mesmo sendo Honestino a maior referência nacional do movimento estudantil, achamos por bem valorizar a nossa referência regional. Chamamos então uma assembleia geral dos estudantes que lotou o auditório do Cesi, passamos em telão a história de Josias, ouvimos os estudantes e só então a assembléia deliberou democraticamente pela mudança proposta.
Claro que várias outras lutas poderiam ser historizadas aqui, mas pela exigência da rapidez da produção as lacunas poderão ser supridas em outra oportunidade.